Empregos temporários devem crescer 5% em Minas Gerais

Oportunidades devem acompanhar previsão da entidade para o Brasil. Indústria, comércio e serviços concentrarão vagas

Indústria, comércio e serviços concentram as oportunidades | Crédito: Alisson J. Silva

Minas Gerais deve acompanhar o aumento das vagas de empregos temporários do Brasil no decorrer do quarto trimestre, segundo previsão da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). Ao todo, o Brasil deve criar cerca de 470 mil vagas no período, crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.

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O Assaí Atacadista, por exemplo, está com 20 vagas abertas para seu atual parque de lojas no Estado para o período de festas de final de ano, entre 20 de novembro e 31 de dezembro, com possibilidade de efetivação.

O diretor da Asserttem em Minas, Glaucus Botinha, conta que o desempenho do Estado é quase sempre semelhante ao nacional. “Minas normalmente reflete bem o espectro nacional, porque temos uma indústria bem diversificada e uma parte de serviços bem atuante, então trabalhamos com essa realidade aqui também. Por isso, a expectativa para o Estado também é de crescimento de 5% agora no final do ano”, afirma.

O diretor explica que a taxa mineira de efetivação média dos temporários é praticamente a mesma do Brasil. Para se ter uma ideia, foram 22% das contratações no último trimestre. Mas ele ressalta que a entidade percebe uma tendência de aumento nessa taxa devido ao aquecimento da economia, que diminui o desemprego.

“Estamos passando por um momento de taxa de desemprego abaixo dos dois dígitos. Quando isso acontece, existe sempre uma escassez de mão de obra. Num cenário de escassez, quando você coloca um trabalho temporário e termina o contrato, obviamente as empresas querem aproveitar os melhores talentos e não querem desperdiçar essa oportunidade de efetivar, de fazer renovação de equipe, oxigenar sua equipe, com trabalhadores temporários”, explica.

Em Minas, Botinha conta que, no quarto trimestre, as contratações devem ser lideradas pela indústria, bem como pelos setores de serviços e comércio. Ele também ressalta que, embora o trabalho temporário esteja fortemente associado com a parte de vendas em lojas físicas, como nos shoppings, as vendas on-line cresceram muito nos últimos anos, a ponto de alterar esse mercado.

“Esse fenômeno tirou um pouco do volume de contratações de lojas físicas para as vendas on-line. Ao mesmo tempo, essa cadeia de suprimentos on-line cresceu muito. Se está tendo um boom de vendas on-line, temos que ter por trás disso o fornecimento de toda uma cadeia de matéria-prima e de produtos. Assim, as contratações temporárias migraram nos últimos anos para a indústria, principal motor da contratação temporária em Minas”, justifica.

Expectativas sobre os empregos temporários em Minas Gerais e no Brasil

Segundo Botinha, o mercado ainda nutre certa desconfiança com a política fiscal do governo federal para alinhar as expectativas de novas contratações. Ele desataca que o mercado precisa adquirir mais confiança para aumentar os investimentos. “O mercado está com um otimismo com pé no chão. O governo também tem que fazer o papel dele. O mercado está fazendo o papel dele, está crescendo, trabalhando, gerando empregos”.

Por fim, o representante da Asserttem considera necessária a sinalização por parte do governo federal de que conseguirá controlar as contas públicas. Para ele, o arcabouço fiscal é uma sinalização positiva para o mercado, mas que ainda suscita dúvidas sobre sua execução, na prática.

“Se conseguir fazer isso, o mercado anda com tranquilidade. A contratação de vagas temporárias é a realidade nua e crua do que acontece na economia. É um termômetro de tudo isso que acontece. O mercado está bom, as perspectivas são positivas e as contratações crescem. Esse é o jogo de xadrez que o mercado acompanha para ver o que cada um vai fazer na sua parte”, conclui.