Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, confirmou de forma categórica que a Alpine continuará na Fórmula 1. Ele assegurou que não existe qualquer plano ou intenção de vender a equipe.
“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para reiterar que não temos nenhuma intenção de vender a equipe Alpine, nem de sair da Fórmula 1. A competição está no coração da estratégia da Alpine, e a Renault tem os recursos necessários para isso”, declarou De Meo durante o lançamento do Alpine A390.
Enquanto os carros da equipe francesa exibem em Barcelona um logotipo comemorativo pelos 70 anos da marca, a escuderia enfrenta uma fase delicada. O desempenho em Mônaco evidenciou essa crise, mesmo com a chegada de Flavio Briatore à gestão, o anúncio de que a equipe usará motores Mercedes a partir de 2026, e a redução drástica do departamento de motores, que agora se limita à manutenção básica.
Até o momento, os resultados ainda não mostram sinais de melhora — na verdade, indicam o contrário. A equipe parece mergulhada em uma “tempestade perfeita”, apesar de Pierre Gasly afirmar que a influência de Briatore já começa a surtir efeito.
No ano passado, a Alpine saiu de Mônaco com apenas dois pontos, fato que acabou sendo decisivo para que De Meo confiasse a reestruturação da equipe ao seu amigo de longa data, Flavio Briatore. Em 2025, a equipe soma sete pontos. Embora isso represente uma melhora numérica, ainda está longe do ideal. Em 2024, a Alpine dividia a lanterna com a Williams; neste ano, está apenas um ponto à frente da Sauber — enquanto a Williams já acumula 54 pontos. E Esteban Ocon, que trocou a Alpine pela Haas, talvez antes de ser dispensado, tem atualmente 20 pontos no campeonato.
Apesar dos desafios, De Meo demonstra confiança no projeto liderado por Briatore e ressaltou os avanços esportivos do grupo Renault como um todo. “Temos uma equipe que trabalha intensamente para alcançar os resultados que merece. Tivemos uma atuação de destaque com a Dacia no Dakar, conquistamos nossos primeiros pódios no Mundial de Endurance e estamos mantendo esse bom ritmo também na Fórmula 1”, destacou.
Briatore, por sua vez, já foca no plano estratégico para 2026. Ele admite que 2025 é um ano de transição e reconstrução, com o objetivo de fortalecer a equipe técnica e preparar um carro competitivo, já sob o novo regulamento que entrará em vigor na temporada seguinte.
“Queremos vencer corridas em 2026. E em 2027, lutar pelo título. Nada mudou. Em 2026, não teremos desculpas — precisamos ser competitivos. Devemos isso à Renault, à Alpine e a Luca de Meo, que assumiram suas responsabilidades e apoiaram mudanças radicais. Estamos na Fórmula 1 para vencer, e os times que melhor interpretarem as novas regras terão vantagem”, afirmou Briatore, destacando ainda que a parceria com a Mercedes eliminará eventuais deficiências de motor no próximo ano.